sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Análise

Dentro de mim existe um arvoredo
onde me escondo menino nas sombras
o coração apertado entre os ombros
com medo não sei bem do quê - medo

talvez de me perder, ou já perdido
fugindo de algum monstro ou de bruxa
que sei que não existe mas, puxa
meu coração ainda crê em mitos

e bate que bate com tanto estrondo
vendo que as aves nem ouvem, aflito
com o silêncio da própria aflição

(Então chamam de longe, não respondo:
pode ser só meu medo do infinito
num arvoredo da imaginação)

(Domingos Pellegrini in "Gaiola Aberta")

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