Análise
Dentro de mim existe um arvoredo
onde me escondo menino nas sombras
o coração apertado entre os ombros
com medo não sei bem do quê - medo
talvez de me perder, ou já perdido
fugindo de algum monstro ou de bruxa
que sei que não existe mas, puxa
meu coração ainda crê em mitos
e bate que bate com tanto estrondo
vendo que as aves nem ouvem, aflito
com o silêncio da própria aflição
(Então chamam de longe, não respondo:
pode ser só meu medo do infinito
num arvoredo da imaginação)
(Domingos Pellegrini in "Gaiola Aberta")
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