sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lilium - Elfen Lied

Elegia ao Nada




"Porque sensação é vazio, envelhecimento é vazio. - Tudo é apenas a Dourada Eternidade da Mente de Deus; por isso pratique a bondade e a compreensão, lembre que os homens não são responsáveis por si mesmos, por sua ignorância e maldade, se deve ter pena deles, Deus se compadece porque o que há para dizer a respeito de qualquer coisa visto que tudo é apenas o que é, livre de interpretações? - Deus não é "aquele que alcança", ele é o "viajante" naquilo em que tudo é, "o que subsiste" - uma lagarta, mil cabelos de Deus. - Portanto, saida sempre que isto é apenas você, Deus, vazio, desperto e eternamente livre como os incontáveis átomos da vacuidade em todos os lugares.

Decidi que, quando retornasse ao mundo lá embaixo, tentaria manter minha mente límpida em meio às obscuras idéias humanas que fumegam como fábricas no horizonte através do qual eu caminharia, em frente...

Em setembro, quando desci, um gélido aspecto dourado surgira na floresta como um augúrio de frios repentinos, geadas e eventuais nevascas uivantes que cobririam meu barraco por completo a não ser que aqueles ventos do topo do mundo a conservassem intacta. Quando cheguei à curva da trilha onde meu barraco desapareceria e eu desceria até o lago para encontrar o barco que me levaria dali para casa, me virei e abençoei o Desolation Peak e o pequeno pagode no cume e agradeci a eles pelo abrigo e pela lição que me ensinaram".


Aprendi que nada tem sentido, e portanto o nada é amor. Enganam-se os filósofos quando procuram tratar de temas éticos e ontológicos, quando a questão é puramente lógica. A realidade é uma arte do logos, e como o nada não pode existir como nada porque o próprio nada, posto como nada, teria que nadificar seu próprio significado de nada pois "nada" é algo que não nada, logo o nada nada em seu nada para se fazer algo e, no entanto, ele é nada, ou seja: não tem significado senão sua concretude, a qual é de todas as lógicas postas simultaneamente, na totalidade do nada, e portanto numa contradição absoluta que não se nadifica pois a contradição, embora também contradiga a si mesma, ao mesmo tempo não o faz, pois a contradição seria contraditória se ela não fosse contraditória.

E assim. ................................................. Sinonímia.

..........................Contraditório.

Nada. .................................................... Paradoxo.


Sendo o nada tudo, e portanto o todo, o nada é amor.

O amor é tolerante, abraça todas as lógicas e demonstra que elas não são contrárias umas as outras, e sim complementares. Vivem se transformando porque o contrário abraça o seu igual, ou seja, o contrário dele mesmo, e assim, como lembra a velha reza:

"Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz".

Assim.

........................................Natural, filosófica, teológica ou científica.

Não há uma missão.

..................O existir apenas existe.

Jamais houve.

.........................................Nem existencialista.

Nunca haverás.

..................Ame e deixe amar.

Basta.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Undenied - Portishead

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Contradictio



"Segui il tuo corso, e lascia dir le genti"

Como uma alma penada, cuja pena é o próprio existir, cuja raiva é a própria vida, a vida de outros, a vida em todas as perspectivas e cores.

Um fantasma, um ser sem corpo, que não se alimenta, não se veste, não habita nenhum mundo e não existe em nenhum tempo. Corpo é vida, e descarrega em toda e qualquer concretude, em tudo que possa ser alcançado pelos sentidos sua ira, a razão pura, que disseca as contradições e hipocrisias abrindo o ser vivo sem anestesia, que fecha as portas que sempre estiveram encerradas, que assombra tocando as raízes sem criar relações: isola os outros integrando-os as suas negatividades, que correm para se perfumar nelas mesmas, num pharmacon mentiroso que mente a própria mentira e a chama de vida.

Sua força está na alma, na intelectualidade. É um Shiva que destrói vida para criar a morte. Pois, em realidade, ela apenas liberta a morte: nunca houve vida, pois nunca houve natureza. Artificialismos, separações de si, compensações e recompensas infinitas de nada. O natural, o corpo, o amor, não houveram abraços.

Violência da alma, sem corpo para ser agredida. Um mundo de alma, um mundo sem dor.

O corpo é impotente, pois sente e é sentido, percebido.

Vivas a abstração e a invisibilidade.
Vivas a marginalidade, da não-necessidade, da inexistência do correr atrás de estrutura, gente e tempo.

Não há espaço e tempo, e assim todos os espaços e tempos são meus.